Muitos de nós não eramos nem nascidos. Com medo do avanço de ideais socialistas ligados a soberania nacional, militares e civis da classe empresarial/política no Brasil, aliados dos EUA, promoveram um sangrento regime que duraria 21 anos.
Jovens, professores, estudantes, artistas, escritores, militantes foram perseguidos e torturados. Muitos assassinatos e outros tantos exilados. Era uma política de exceção que via de regra restringia os direitos básicos do ser humano até mesmo na simples questão do “ir e vir”.
Os meios de comunicação de massa, como a Rede Globo, produziam matérias fantasiosas para escamotear a dura realidade que vivia o país. Não obstante, deu-se um salto na industrialização e na economia, fruto de uma arrojada dependência com os países de capitalismo mais avançado, aumentando significamente a nossa assim chamada Divida Externa.
Internamente a lei que predominava (e que ainda hoje reverbera por aí) era a do “coronelismo, enxada e voto”.
O terrorismo de estado era praticado cotidianamente e até hoje os familiares dos desaparecidos procuram respostas para o sumiço dos seus.
Setores da esquerda resolveram pegar em armas. Um dos signos mais flagrantes dessa questão foi a “Guerrilha do Araguaia” onde jovens militantes foram assassinados. Um verdadeiro genocídio em nome da liberdade e dos direitos humanos. Perseguiram um sonho e pagaram com as próprias vidas por isso.
Na tarde de ontem cerca de 300 militares da reserva participavam do evento, chamado de “1964 — A Verdade”, na sede do Clube Militar, em frente à Cinelândia, no Rio de Janeiro. Os milicos comemoravam o golpe numa atitude de clara provocação. Deu merda!
Pelo menos 350 pessoas, entre elas representantes de PT, PCB, PCdoB, PSOL, PDT e outros movimentos sociais de esquerda, fizeram a manifestação na frente das duas entradas do prédio, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Santa Luzia
Os manifestantes gritavam palavras de ordem, chamando os militares de “torturadores”, “porcos”, “assassinos” e “covardes”.
Cada militar que chegava ou saía do local era cercado e xingado; precisaram ser escoltados pelo Batalhão de Choque da Polícia. Também derramaram um balde de tinta vermelha nas escadarias do Clube Militar, representando o sangue das vítimas da ditadura.
Na imagem que ilustra este post um jovem manifestante aparece frente a frente com um velho militar reformado. Imagino que ele deva estar dizendo ao milico: “Perdeu Playboy!”